4 de jul. de 2018

Ipê-roxo

No final da ladeira, depois do Ipê-roxo 
morava o garoto.

Olhos grandes num corpo franzino. 

Todos as tardes sob o Ipê, no silêncio da rua, deixava-se enamorar dos pensamentos.
Da vida, pedia versos. Da menina, sua vizinha, pedia sorrisos.

O coração de pouca idade mal sabia acolher os sentimentos tão grandes.

O Ipê florescia todos os anos.
Todos os anos tudo florescia sob o Ipê.

Na ladeira 
tudo florescia.