Apesar dos amores
o vento continua
[lá fora
Embora tristeza
O verde continua vivo
Nas árvores
[do cemitério
30 de mar. de 2012
Vivências #8
Vem.
Abandonemo-nos
Por dias e dias
leves como terra revolvida
sobre a semente
Entreguemo-nos
Até o limite dos nossos lençóis
Deixe o sol que nos alcance
A chuva que chova
sobre o jardim
Carícia é meu insulto mais
sublime
Abandonemo-nos
Por dias e dias
leves como terra revolvida
sobre a semente
Entreguemo-nos
Até o limite dos nossos lençóis
Deixe o sol que nos alcance
A chuva que chova
sobre o jardim
Carícia é meu insulto mais
sublime
Vivências #7
Dilacerava-me a inexistência
Que furtivamente me alcançava
Eram dores tão profundas
Como o fim de tarde.
Dos sorrisos ora perdidos
Formavam-se rios de breu
Sangue coagulado
Entre meu corpo e eu.
Vivências #6
Não
Não de amores, que vivemos
Saboreamos brisa
De sentir, de tocar
É de frente ao mar
Que choramos
Choramos da ausência
Impregnada em nós
Da lembrança do sentir
Distante como o por do sol
Não
Não de amores, que vivemos
Se tudo é um já, urgente
Saciemo-nos do agora
Porque o amanhã
Bom, o amanhã
Amores, brisa e por do sol
Dedicado à Camila Furtado.
18 de mar. de 2012
Vivências #5
Não me lembro do dia
que te encontrei os olhos.
Nem do instante que teus lábios
Pediram um beijo
Não me lembro de quando
Chorando, encontrei teu abraço
Nem de quando o cinema
era muito mais que uma história na tela
Me lembro dos dias
que mentindo para minha mãe
Dizia que infância nunca terminava.
Como queria tudo isso outra vez.
Vivências #4
Das vezes que
amarrávamos os tênis
Corríamos escada abaixo
O seu era sempre vermelho
Corríamos por entre folhas
Alegrias de primavera todo dia
Corríamos da vida
de ser gente grande
Corríamos rios e poças d´agua
Do chinelo de mamãe
E da hora de nos separarmos
Corríamos da chuva e dos segredos
De comer alimentos verde
E aquele tal de bróculis
Corríamos o dia inteiro
E chorávamos a noite longa
Da janela
Jamais podíamos imaginar
Que de tanto correr
Acabaríamos por nos encontrar
Sobre o mesmo lençol.
amarrávamos os tênis
Corríamos escada abaixo
O seu era sempre vermelho
Corríamos por entre folhas
Alegrias de primavera todo dia
Corríamos da vida
de ser gente grande
Corríamos rios e poças d´agua
Do chinelo de mamãe
E da hora de nos separarmos
Corríamos da chuva e dos segredos
De comer alimentos verde
E aquele tal de bróculis
Corríamos o dia inteiro
E chorávamos a noite longa
Da janela
Jamais podíamos imaginar
Que de tanto correr
Acabaríamos por nos encontrar
Sobre o mesmo lençol.
Vivências #3
Rouba-me o beijo
Que apresso teus sentidos
Um prisioneiro como eu
É teu melhor tesouro
Rouba-me o beijo
Na lareira entre os livros
Por trás do ombro de teu pai
O susto é um sabor a mais
Rouba-me o beijo
No perder da tarde
Sob uma árvore seca
O silêncio é uma carícia suave
Rouba-me o beijo
Em um segundo
Eternidade é espaço
Entre nossos lábios
Que apresso teus sentidos
Um prisioneiro como eu
É teu melhor tesouro
Rouba-me o beijo
Na lareira entre os livros
Por trás do ombro de teu pai
O susto é um sabor a mais
Rouba-me o beijo
No perder da tarde
Sob uma árvore seca
O silêncio é uma carícia suave
Rouba-me o beijo
Em um segundo
Eternidade é espaço
Entre nossos lábios
Vivências #2
Das nuvens
que densa tempestade
Trouxe ao entardecer
São estas agora
que nos livra do sol escaldante
Tal qual os lábios
que concederam o beijo
Ora também disseram
Adeus
que densa tempestade
Trouxe ao entardecer
São estas agora
que nos livra do sol escaldante
Tal qual os lábios
que concederam o beijo
Ora também disseram
Adeus
17 de mar. de 2012
Vivências #1
Pés apoiados na bola
Teus cabelos soltos
Aquela banco
mais nosso
Que da praça
Conversas intermináveis
Tardes que se arrastam,
Aonde foi que nos perdemos?
Ou foi a tarde
Que se perdeu entre nós?
Sua mãe que chama,
Deveres que me esperam.
Quem fez o dia tão pequeno assim?
Alegra-nos o desespero de saber
Que o intervalo da noite
Nos trará tardes outra vez.
Só pra eu encontrar a bola,
Teu sorriso
Teus cabelos,
Aquele banco
Tudo,
Outra vez.
15 de mar. de 2012
Canção de Amanhecer
Então, corríamos, corríamos
Na retórica das horas
A falência do tempo
A urgência dos dias
F-Ô-L-E-G-O
Vestíamos, vestíamos
cores na pele
Carvalhos envelhecidos
Aço nos ossos
F-Ô-L-E-G-O
Mar de eucalíptos
Floresta a nossa margem
Dias de neblina
Aqui o tempo era servo
F-Ô-L-E-G-O
Mãos e dedos
entrelaçavam-se
Carne e carnes
esmiuçavam-se
Essa louca, Poesia.
13 de mar. de 2012
Canção de Entrevista de Emprego
Candidato a defunto
Altura: 1,79
Peso: 91kg
Idade: 33 anos
Estado de saúde: bom
Ocorrências anteriores: apenas uma internação na infância
Ossos quebrados: 01 perna quebrada quanto tinha 12 anos
Ocupação: aspirante a poeta desocupado
Livro preferido: Breve Vida de Um Defunto Moderno
Nota do entrevistador: candidato excelente para a vaga.
Status do processo: aguardando chegada do carro funerário!
10 de mar. de 2012
Canção para quem espera o Inverno
Os ventos frios a trouxeram
De volta.
Chegou como quem chega de um
Até Breve!
Despretensiosa
Ocupou seu lugar
Como se de fato
Este sempre fosse seu
Ousada e frágil
Intensa e breve como
Inverno
Balada minha
Essa tão simples
Poesia.
De volta.
Chegou como quem chega de um
Até Breve!
Despretensiosa
Ocupou seu lugar
Como se de fato
Este sempre fosse seu
Ousada e frágil
Intensa e breve como
Inverno
Balada minha
Essa tão simples
Poesia.
Canção em Silêncio
Fadado ao silêncio estava
Sem formas de comunicar
Fui encontrado por você
Conduzido aos campos.
Girassóis me espreitavam
Tudo em nós florescia
Entre linhas te amei
Oh, poesia minha.
Sem formas de comunicar
Fui encontrado por você
Conduzido aos campos.
Girassóis me espreitavam
Tudo em nós florescia
Entre linhas te amei
Oh, poesia minha.
Canção Imaginada
Apesar
Das lágrimas, rimos
Apesa dos sonhos,
Sonhamos
Apesar da vida,
Vivemos
Apesar de tudo,
Tantos.
E o teu beijo
Enveredou-nos
Por caminhos estreitos.
Das lágrimas, rimos
Apesa dos sonhos,
Sonhamos
Apesar da vida,
Vivemos
Apesar de tudo,
Tantos.
E o teu beijo
Enveredou-nos
Por caminhos estreitos.
Canção para esperar o Afago
Hoje!
C-h-o-r-e-i
Chorei todas as lágrimas
Perdidas em mim.
C-h-o-r-e-i
A inexistência de ser
Ausência fragilizada pelo tempo.
Tantas lágrimas
Buscavam sentido.
Tantas lágrimas
em busca por sentido.
O afago breve
É uma resposta vaga
ao coração que clama.
C-h-o-r-e-i
Chorei todas as lágrimas
Perdidas em mim.
C-h-o-r-e-i
A inexistência de ser
Ausência fragilizada pelo tempo.
Tantas lágrimas
Buscavam sentido.
Tantas lágrimas
em busca por sentido.
O afago breve
É uma resposta vaga
ao coração que clama.
Canção Sem Nome
Dos teus olhos // lindos!
Lembranças me aquecem // coração!
De tuas mãos pequenas // quentes!
Alegrias juvenis // entorpecem!
Lembranças me aquecem // coração!
De tuas mãos pequenas // quentes!
Alegrias juvenis // entorpecem!
Canção Solene
E a noite
Que chegou.
Chegou breve
Nos céus as manchas
De um rubro entardecer
Refletem as lembranças
De um apaixonar recente
Ao seu lado
Eu entardeço todo dia.
Que chegou.
Chegou breve
Nos céus as manchas
De um rubro entardecer
Refletem as lembranças
De um apaixonar recente
Ao seu lado
Eu entardeço todo dia.
Canção de um Valente
É o descompasso
De uma existência.
Se sobrepõe ao
Querer de uma vivência
Existo num querer e um deixar
C-o-n-s-t-a-n-t-e
Folhas de inverno
Se perderam na longevidade primaveril,
Acolchoada de lembranças
A vida segue.
De uma existência.
Se sobrepõe ao
Querer de uma vivência
Existo num querer e um deixar
C-o-n-s-t-a-n-t-e
Folhas de inverno
Se perderam na longevidade primaveril,
Acolchoada de lembranças
A vida segue.
Canção sob uma Árvore 2
Poemas adormecidos
chegam pela manhã
Carregados da insônia
De uma geração
Árvores que respiram a eternidade
Aspiram todo os desafetos
Desta vida
chegam pela manhã
Carregados da insônia
De uma geração
Árvores que respiram a eternidade
Aspiram todo os desafetos
Desta vida
Canção de Vinil
Avenidas e passarelas
Varandas e sacadas
Grutas e penhascos
Canção esquecida
De um disco riscado
Teus cabelos sobre meu peito
Varandas e sacadas
Grutas e penhascos
Canção esquecida
De um disco riscado
Teus cabelos sobre meu peito
9 de mar. de 2012
Canção de Romaria
Devoto-te
Uma alma.
Simples e profunda,
Inquieta e ausente
Como uma alma.
Carente de ser
Encontrada.
Perdida
Devoto-te
Um coração.
que pulsa.
Pulsa, pulsa,
incessantemente
pulsa.
E espera.
Espera e pulsa.
Devoto-te
Isso tudo,
E as árvores
da minha rua.
8 de mar. de 2012
Canção do Desespero
Re-si-li-ên-ci-a!
Engolir o choro
Encontrar beleza no
Amanhecer
Dos pés feridos,
Sentir o sal das ondas,
Não é mesmo
O mar que nos faz chorar?
Canção para o Despertar
Te amo, não de agora
de antes.
Não de um amor
assustado
Um amor velado,
Te amo de madrugadas
Em claro
De dias e dias no porto.
Te amo de um tempo antigo,
Bem pra lá de muito tempo.
Eu te amo é com
a leveza das manhãs.
7 de mar. de 2012
Canção para uma Árvore
Resquícios de uma lembrança,
Da vida que passou por aqui.
Sou uma sombra na noite,
Uma folha no rio.
A saudade revolta
Do perfume dos teus cabelos.
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