Interessante pensar...
Todos os meus poemas são inacabados,
Salvo pouquíssimas exceções que lutei até o fim.
Quanto me questiono, e me cobro a responsabilidade
De terminá-los, alego que num futuro oportuno
Trabalharei um a um novamente.
Mas, rio de mim agora pensando melhor,
Pois afirmo que retornarei a cada texto como se tivesse
Uma eternidade pela frente.
Estranho esse sentimento em nós.
Vivemos com expectativas de seres eternos nessa terra...
Mal atentamos para o fato de que somos como a flor do campo;
Como a nuvem que parece intensa e logo não existe.
Vejo que preciso rever meus textos;
Atentar para o que deixei para depois.
E não percebi que o depois é uma imensidão distante que talvez
Não aconteça.
Mas será que todo poema na verdade não é uma obra inacabada?
O poema é a alma de seu poeta.
Sempre mutante, sempre inconstante, sempre descobrindo.
Passo a acreditar então que de fato, os poemas são inacabados,
Mas, tornam-se inacabados quanto quero compará-los a minha existência;
Porém, poemas não são para isso. Eles nascem para registrar o momento,
O instante, aquele resquício de eternidade que vivemos;
Quando os vemos assim, eles se tornam completos.
Poemas são de fato, como seus poetas;
Seres inacabados.
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