31 de dez. de 2010
Inside ME #37
28 de dez. de 2010
Inside ME #36
Um pouco mais que amor?
Afetos debruçados
Carinhos preguiçosos
Um café e o teu sorriso.
29 de nov. de 2010
Inside ME #34
Descobri que a vida é tão simples.
Percebi que ao invés de tentar compreender
Porque as ondas quebram, devo apenas
Apreciar a beleza do mar em movimento.
Descobri que não encontrarei respostas
Para muitas coisas nessa terra. Porém, uma proposta
Está diante de mim e me convida insistentemente.
A chance de amar e amar. Amar sempre.
Aceitei!
24 de nov. de 2010
Inside ME #33
Ele sopra, sopra.
Sopra incessantemente
A quem será que ele procura?
Bate, insiste, rebate.
Afronta,
Persegue,
Coage,
Inebria,
Revolta
E, volta.
Ele sempre volta;
O vento sopra.
Inside ME #32
Apenas proibiram-me do tudo
Sou como um rio
Agora, estancado.
Lembrança de outros seres,
Que como eu,
Navegaram essas águas,
Promessas de retorno
Por um caminho que já não existe.
Tudo agora termina em rocha;
O silêncio agora é minha companhia
Águas que não se agitam.
Círculos infinitos;
As mesmas margens,
Em outras rosas
Tudo é água, tudo é rocha.
Sempre noite, sempre noite
A beleza do sol resplandeceu
No gelo que me cobriu.
Tudo é água, tudo é rocha.
Até a poesia se esqueceu;
De retornar essas águas.
Não mais alegria;
Não mais verde;
Não mais pulsar de amor.
Tudo é água, tudo é rocha.
A vida se escondeu;
Sou como um tanque;
Que se tornou um rio;
Estancado.
Inside ME #31
Nem pensamentos resolvidos.
Prefiro a experimentação.
Minha poesia escrevo a lápis
22 de nov. de 2010
Inside ME #30
Não faço poesia.
É ela quem me faz.
Não sou eu que a escrevo.
É ela quem me desenha.
Eu fico nos bastidores
Ela sempre em cena.
Eu sou o pobre garoto
Ela, a linda morena
Inside ME #29
Eu caí.
Não sei como,
não sei porque. Caí.
Caí da vida,
Caí da minha existência.
Caí loucamente
Profundamente,
Livremente.
Ainda estou em queda.
Deparei-me em certo momento
Com a chuva
Contra meu rosto,
Não, não era chuva
Eram lágrimas de abandono
Lágrimas do silêncio forçado,
O abraço negado.
Lágrimas da existência,
Lágrimas de resistência.
Estou em queda.
20 de nov. de 2010
Inside ME #28
Nessa nossa passarela
Te convido como amigo
Pizza de mussarela
Sou o adolescente que espera
A noite como sentinela
Sorriso secreto ao luar
Noites inteiras pra te amar
Vem comigo, vem sem tempo
Nessa nossa passarela
Vem que a vida passa rápido
Quero mais amar minha donzela
A mesa está posta vinho e canção
Pena que a noite é tão breve
Breve e intensa
Como um sorrateiro furacão
Vem comigo, vem sem tempo
Nessa nossa passarela
Vem que vida é um pensamento
Uma eterna aquarela
Inside ME #27
Elas que me encontraram.
Não tive escolha,
Obrigaram me que as escrevesse.
Nasceram por si só.
Senti-me escravo
Apenas a mão que vagou
Algumas poesias são assim
De personalidade própria.
Despertam comigo
Também se deitam na mesma cama.
Precisam comunicar,
Encontrar o seu caminho.
Falar de seus autores,
E os despir
Criar e matar os seus amores
E fazê-los nunca desistir
Inside ME #26
No fim de tarde paulista
O avião se prepara e vai
Vai de encontro com a pista
O trânsito só aumenta
Assim como as horas do relógio
Na maior cidade da América
No fim e começo do ócio
19 de nov. de 2010
Inside ME #25
Sentir o cheiro que você tem
Queria estar contigo
No instante onde a noite já vem
Me perderia em teus braços,
Tão feliz, desacreditaria
Frente ao mar naquele instante
Onde a gente sonharia
O futuro seria aquele agora
De prazer e completude
No despertar da aurora
Nossa eterna plenitude
18 de nov. de 2010
Inside ME #24
16 de nov. de 2010
Inside ME #23
Inside ME #22
Inside ME #21
Colheita
Em tempo
E mais escolas equipadas."
Frase pixada em um muro próximo a ponte estaiada Octávio Frias de Oliveira, que liga a Avenida Jornalista Roberto Marinho à Marginal Pinheiros, na Zona Sul de São Paulo, capital.
15 de nov. de 2010
Inside ME #20
Para o céu.
Deparei-me na labuta
Flores,
Sentimentos desenhados,
Rosas,
Vidas em palavras,
Pensei haver chegado ao destino.
Estava enganado.
Era a Poesia se apresentando
Entre versos, lágrimas e canções.
Encontrei-me de volta ao lar.
Dia 15 de Novembro - Viva a Poesia!
Inside ME #19
Dia 15 de novembro - Viva a Poesia @diadogrito no Twitter por @tallesazigon.
De tanto te amar
descobri minha
dupla personalidade.
Uma que te
ama intensamente
Outra que te idolatra
radicalmente.
Enquanto se move a Lua
À noite não dormem
as cerejeiras em flor.
Seu breve tempo de vida
não lhes permite sono.
Ausentes os beija-flores que as cortejam de dia
agora recolhidos em seus ninhos,
somente as pétalas velam no silêncio
avançando rumo ao pleno esplendor
que marcará o início do seu fim.
Maria Colasanti em Passageira em Trânsito, ed. Recordo, 2009, pg. 32
Antes que
Preciso ler um bom poema antes
de dormir
antes que a noite encerre o
diário inventário das lembranças
antes que o sono cale boca e olhar, antes
que o prumo caia
horizontal.
Preciso ler um bom poema antes
que seja tarde
que fique escuro
que chegue o frio.
Ler um bom poema
antes que a morte venha
e escreva o seu.
Por Maria Colasanti - Prêmio Jabuti 2010 em Poesia.
Obra: Passageira em Trânsito, editora Record, 2009, pg 49
10 de nov. de 2010
Inside ME #18
Encanto de luar
Canções ao piano
Tudo pronto pra te amar.
Momento oportuno
O dia que se findou
Celebremos em nossos lençóis
A porta atrás que se fechou.
Inside ME #17
Amada Minha.
Satisfaz-me, encerrado aqui
No quarto da minha existência
A tua companhia.
Encanta-me as tuas curvas,
Teus traços,
Minha eterna iguaria.
Teu silêncio é uma
Tempestade em alto mar.
Teu silêncio
Uma cabana na montanha
De um instante pra sonhar.
Enveredo-me por teus caminhos,
Desejo me perder por entre as trilhas.
Todos os instantes
Encontros e devaneios.
Pulso e
coração
Pulso e
coração
Pulso e
sensação
Pulso.
Agora compreendo,
Não és apenas minha.
Agora eu entendo,
És tu uma rainha.
Amamos
Desafortunadamente;
Te Amamos
Nossa Livre Poesia.
6 de nov. de 2010
Inside ME #16
que brilhava em teus olhos;
Mas,
em teus seios,
... teus seios,
Bem, teus seios.
3 de nov. de 2010
Inside ME #15
o barulho do hospital findou
no silêncio da tua voz.
Adormeci de tanto amar".
2 de nov. de 2010
Inside ME #14
Um canto, num encanto
O encontro desejoso de encontrar;
O anseio que espera o acontecer
Água que flui pelo rio,
nunca termina.
Parece que sempre recomeça,
O que na verdade, começa.
A folha que cai,
O inverno que vem
A criança que nasce,
O outono outra vez;
A chuva;
O fim de tarde,
A sonolência do anoitecer;
O mistério despertado.
O outono outra vez;
Vida.
Que quero;
Que sonho,
Que espero;
Desfaleço
Por tanto desejar.
* Criado em 27/06/2010.
Inside ME #13
uma fortaleza de fra-gi-li-da-des;
Um sorriso incerto
coração que anseia,
O que esperar do momento próximo?
Vida e morte? Lágrimas
Uma flor,
Construo, desconstruo. Me reconstruo;
Pros-si-go.
Desconstruo.
re-Vivo;
Morro.
Tantas paisagens, de tantas brisas
Suave, silêncios
ocultos.
Pros-si-go.
Desconstruo.
re-Vivo;
Morro.
Compreender o momento
não perder a oportunidade,
Experimentar o agora
certificar-se que o amanhã
Talvez não aconteça;
Talvez, sempre ele!
E se, propositadamente, acontecer
o presente será
a melhor história pra contar.
*Criado em 30/06/2010
Inside ME #12
tãoSimplestãoDistantetãoPerfeitotãoSemNometãoBelo-esperO.
Inside ME #11
( )
Uma paixão.
O encanto que veio ( )
Teus olhos.
O desejo,
( )
Tudo
( )
o instante,
Num frêmito te encontrei.
*Criado em 17-03-10
Inside ME #10
todos os dias
como o por do sol;
Incansavelmente
Como um por de sol;
Continuamente
Como muitos pores de sol
Encanta-me a forma
Como sou prisioneiro de ambos;
Você que nunca vem;
O sol que nunca fica.
Espero
O dia,
Um ( ) amanhecer;
25 de out. de 2010
Inside ME #09
A poesia que corre em
minhas veias,
contrasta fortemente com o
sangue quente
Do teu corpo,
sobre o meu.
24 de out. de 2010
Inside ME #08
Inside ME #07
O cheiro da montanha
grama verdade.
Num cicio inesperado,
Ouvi tua voz".
#miniconto
Inside ME #06
Encontrei amores,
Desafetos.
Descobri-me, assim
Sem nada.
sonhos
Deparei-me, sentimentos
não sabia interpretar;
Continuei andanças
Caminhos, poeira;
Dias de chuvas
Tempestades fortes.
Ventos de primavera.
Cansei. Questionei. Exigi, respostas
Veio, brisa suave
Chegou um anoitecer.
(adormeci) - ( )
Há muito
que caminhar.
Inside ME #05
23 de out. de 2010
Inside ME #04
Não hesitou, não repensou!
22 de out. de 2010
Inside ME #03
Inside ME #02
Inside ME #01
13 de out. de 2010
Inside ME #start
26 de jul. de 2010
&_Restos
Vivo de restos,
vestígios,
sobras do que um dia
foi sentimento.
Anseio pelo puro,
o novo,
o não
experimentado.
O amor
no frescor do amanhecer,
o desejo no seio
da noite.
O encanto no
silêncio meu
com o encanto do
silêncio teu,
o nosso
som.
28 de abr. de 2010
&_Primaveras de Outono
3 de abr. de 2010
&_Registros de uma infância - conto
A tarde apressava seus passos lentos para o fim do dia. Voltávamos da escola. Era nosso terceiro ano primário. Sentíamos-nos grandes, afinal o próximo ano seria o término do primário. Meu primo e eu corríamos felizes a céu aberto. As nuvens se formavam fortes e decididas atrás de nós. O sol fraquejava perante tantos obstáculos na imensidão azul. Por muitas vezes, criávamos monstros e criaturas mágicas nas nuvens que se agrupavam e deles fugíamos, nos divertíamos.
Porém, quando não atentávamos a chuva nos surpreendeu. Uma forte chuva. Uma chuva torrencial. Inocente e intensa. Lembro-me que nenhum caderno sobrou que não fosse atingido pela água. Embora isso me preocupasse um pouco, me sentia pleno, suave, à vontade. Encantava-me a chuva.
Não conseguia entender como meu coração de criança amava tanto a chuva, o céu cinza, era a paixão que nascia nos tenros anos. Caminhamos por algum tempo ainda sob a chuva. Um espetáculo só. Restou-nos apenas a diversão quando verificamos que não havia formas de escapar.
Não demorou muito para que meu pai nos encontrasse no caminho. Seu olhar era todo carinho, todo preocupação. Todo desconcerto por nos ter permitido tomar chuva. Seguimos para casa, ao entrar para minha, me despedi de meu primo. Minha mãe rapidamente me pediu para verificar o material, livros e afins. Num simples olhar soube que bastava apenas mantê-los pertos do fogo que tudo se resolveria.
Segui para o chuveiro. Um banho quente em uma tarde fria. Um banho aconchegante, restaurador, em uma lenta tarde de outono. Não conseguia compreender como tudo aquilo me enchia a alma e me satisfazia. Era muito sentimento para um pequeno coração. Viria a descobrir no futuro que tudo aquilo era amor. Um amor pela vida que despertava antes mesmo de compreender o significado da palavra amor.
Após o banho, um chocolate quente para tornar tudo colorido novamente e uma cama bem quentinha. Um mundo se desdobrava e se apresentava único desde o travesseiro até onde meus pés alcançavam no colchão. Deitado ali, sentia-me protegido, solitário em um mundo de sons, cores, incertezas e curiosidades. A chuva vencida, ainda caia na terra do meu coração. Aquelas gotas pareciam me encher de um sentimento adverso, sorrateiro, mas muito, muito pessoal.
Lembro-me que assim fiquei por muito tempo. No quarto quase escuro, me entregava à noite que se aproximava, contemplava o silêncio da casa, a proteção sempre atenta há alguns passos dali, na cozinha.
Um momento terno, que se tornou eterno no meu coração. Naquele tempo não tinha muitas palavras, muito menos respostas. Hoje talvez tenha mais palavras, mas continuo sem as respostas. Uma, porém me ocorre clara e definida como a chuva daquela tarde. A paixão pela poesia nascia naquele dia, mas não sabia o que era paixão e nem entendia a poesia.
Direitos reservados.
Milton Arioso
&_Amigo soletra-se amor
Amigo soletra-se amor.
Amigos. Procura-se tantas definições para eles. Existem tantas boas definições que nem sei qual escolher. O que sei dizer é que amo meus amigos.
São eles que me permitem viver minhas verdades provisórias. São eles que me esperam no dia da derrota pra dizer: Estou contigo sempre! Pra mim você é sempre o melhor!
Amigos, amigos, amigos. Amigos são aqueles que enxergam a lágrima quando ainda não chegou nos olhos. São esses que conseguem trocar meus olhares tristes e sem expressão por um sorriso completo e sem reservas, ainda que acabem ficando com o pior.
Amigo sempre trás um significado novo ao abraço. É capaz também de mudar a cor de um dia inteiro.
Tenho certeza, Deus criou o amigo, pois em sua santa soberania, percebeu que faltava algo que só existe aqui na terra. Ele se fez amigo.
Obrigado meus amigos. Obrigado por existirem, obrigado por suas formas multicoloridas.
Eu quero lhes oferecer o meu amor. O meu amor que é frágil, que erra muitas vezes, o meu amor que é humano, mas que é sincero. O amor que só amigos como vocês tem direito de acessar.
Amigo soletra-se amor - sempre.
Dedicado a todos os meus amigos que de alguma forma mudaram o rumo do dia do meu aniversário, trazendo para ele alegria, amor, abraços e surpresas. 01-mar-DEZ.
&_Mundo2
Criei um mundo pra você.
Fiz árvores, sóis, estações,
Tudo que pudesse te agradar.
Bastava a você apenas dar-me a vida,
Mas se negou...
Por medo, por insegurança, por capricho;
Morri.
Não morri de vida, de coração no peito;
Morri de você, de você em mim;
Do amor em nós;
Da vida no mundo que era pra ser só nosso.
Morremos.
20 de mar. de 2010
&_Imaginar
Olhos grandes e azuis;
Traços fortes e acentuados.
Personalidade vívida e intensa;
Coração sincero e cativante.
Imaginar-te é um prazer,
Mas uma angústia também.
Mãos pequenas e delicadas;
Narizinho que sempre pede um beijo.
Imaginar-te é uma ânsia,
Uma arte.
Mas se fores diferente de tudo,
Peço que sejas apenas
Como uma chave para a porta;
Uma nuvem em dia de sol;
Um encanto para o momento;
Uma canção para os ouvidos.
Que sejas um convite à alegria.
Sempre.
Poesia para ser lida ao anoitecer quando a chuva estiver caindo.
Milton Arioso
19 de mar. de 2010
&_Rápido e romântico
Cada beijo, um beijo.
Cada instante, um tempo,
Cada sorriso, um sonho.
Cada palavra uma poesia.
Cada encontro, você;
Sempre você!
17 de mar. de 2010
&_Agora!
15 de mar. de 2010
&_Vem
Vem!
Vem agora.
A canção tá tocando,
O coração tá palpitando.
Vem!
É hora de ser feliz;
Deixe o amanhã pra depois;
Que agora, a história é só nós dois.
Não desperdice este momento;
Sinta a intensidade da canção;
Entregue-se ao delírio;
Se quer ser feliz, vou tocar teu coração.
1 de mar. de 2010
&_31 Motivos Para Viver
01 - Deus. Não o Deus histórico, mas o Deus Vivo e Poderoso, o Deus de perto;
02 - Ver. Ver a vida como ela é, simples assim, sem exigências;
03 - Cheiro. A fragrância estonteante de se viver;
04 - Sabor. O paladar gostoso de cada nova experiência;
05 - Tato. Tocar as possibilidades, sentir o teu abraço, sempre necessário;
06 - Sons.Todos eles. Do piano solo, da chuva ao entardecer, da lágrima de alegria, do perdão, do silêncio da madrugada...
07 - Família. O desafio de comungar e compartilhar;
08 - Amigos. Em ESPECIAL dois: M.A.S.B. & L.A.S.;
09 - Livros. Lê-los, escrevê-los, degustá-los. Perder-se neles;
10 - Projetos. Desenvolver, por em prática, alegrar-se com os resultados;
11 - Amar. Amar a vida, os amigos, a família, os encantos, amar você;
12 - Descobrir-se amado. Isso faz toda a diferença, fez na minha;
13 - Conhecimento.
14 - Arte. Todas elas. A arte da vida, a de viver;
15 - Evoluir. Vencer seus desafios e desafiar-se a outros;
16 - Adorar. Sempre ao Deus Vivo.
17 - Estar em comunidade. É desafiador, porém benéfico;
18 - Compartilhar o que se sabe e aprender com os outros;
19 - Trabalhar!
20 - Conhecer pessoas e lugares;
21 - Aprender. Que tudo o que é aparente hoje pode ter um significado profundo amanhã;
22 - Poesia. Incrivelmente necessária;
23 - Perceber que os anos não se repetem, pois cada um tem seu sabor singular;
24 - Ajudar as pessoas. Em seu sentido mais amplo;
25 - Tornar-se humano. Aos 31 ainda luto com isso;
26 - Recomeçar. A vida é uma seqüência de recomeços;
27 - Contemplar a morte e saber que a vida é uma experiência única;
28 - Música. Ouvir as canções. Encantar-se com cada uma. Todas singulares o bastante para serem inesquecíveis;
29 - Terra. A natureza, a complexidade do mar, a chuva, o céu azul, o sol. E tudo nessa ordem outra vez;
30 - Sonhar. Com tudo. Sonhar que somos humanos, sonhar que somos super-heróis, sonhar com o futuro, sonhar com você;
31 - Fazer mais um aniversário!
Post dedicado a todos que amo, todos que fazem parte da minha história.
Milton Arioso
28 de fev. de 2010
&_Uma dorzinha
24 de fev. de 2010
&_O Corredor
I
Era fim de tarde, resolvi sair pra respirar, pra esquecer-me de mim... Ao começar a caminhar deparei-me com um corredor estranhamente comum. De imediato não consegui descobrir onde estava, mas segui em frente. Meus sentidos se aguçaram quando encontrei uma porta com a descrição "Acesso Restrito." Agitei-me no íntimo ao compreender essa informação, sabia que era familiar, sabia que conhecia aquela sala.
Afastei-me da porta por segurança ou medo, não sei. Hesitei estar ali, mas sabia ao mesmo tempo, que tinha de estar, ou melhor, que não havia como fugir. Foi então que descobri. Estava vagando pelos corredores da minha alma. Fiquei alegre ao descobrir isso ou mais triste, talvez.
Tomei coragem, toquei a porta, insisti para que se abrisse. Estava trancada, mas encontrei facilmente uma forma de entrar, afinal lá, ou melhor, aqui na minha alma, eu conhecia todos os segredos.
Era um quarto relativamente escuro, havia apenas a luz de um abajur solitário... Senti pavor ao entrar, ao saber tudo o que ia encontrar, mas resolvi encarar. Afinal, a descrição deste lugar já era antiga pra mim, porém não vívida: Meus olhos descansaram por sobre uma cama. Uma cama linda, um edredom branco, do mais branco que já tinha visto. Ele estava estendido de uma forma pronto a receber o casal. Era lindo, suave! A meu ver, parecia-me um local protegido, restrito, um lugar de apenas dois seres. Duas almas. Meu coração desejou intensamente deitar-se lá.
Segui pelo quarto procurando outras peças, deparei-me com lembranças quentes, porém esquecidas. Era a lembrança de um sábado, um dia solitário, andávamos de mãos dadas, e em alguns momentos seu toque carinhoso segurava meu braço, procurando um apoio, procurando aquecer suas lindas mãos, afinal estávamos em um parque, era inverno.
De repente pude sentir o frescor daquela tarde gélida inundando o quarto, senti frio, senti a falta que você me fazia naquele momento...
Nós caminhávamos pelo parque, havia muitas folhas secas, havia um silêncio inconfundível que só era quebrado pelo seu sorriso que a tudo completava. Como seu sorriso me encantava...
II
As lágrimas tentaram irromper de meus olhos, mas segurei firme, precisava seguir... E ao prosseguir deparei-me com outra lembrança, um tempo diferente. Via que juntos olhávamos um documento que não era comum para nossos dias, olhei com atenção e percebi que eram nossos passaportes, vi que abrimos a página do país de destino, li com todas as letras Scotland. Como estávamos felizes, era nossa primeira viagem ao exterior, já era um sonho antigo conhecermos a Escócia. Percebi que o sonho era meu, desde os tempos de solteiro, mas desde que havíamos nos conhecido você me apoiava insistentemente para viajarmos para lá, dizia que não me deixaria ir para tão longe sem seus cuidados...
Faltava apenas vinte dias para a viagem, estávamos exultantes. Podia ver suas correções ao meu inglês, isso me insultava e me divertia também e tudo acaba em beijos e carinhos... Como estávamos felizes, nosso coração estava exultante por termos encontrado um ao outro...
Meu peito estava muito apertado, começava a perceber que precisava sair logo dali ou não sei se suportaria ver tudo aquilo. Curvei minha fronte, sentia o descompasso do coração e a respiração ofegante. Meu Deus o que estava acontecendo comigo, pensava. Neste momento um brilho opaco-dourado chamou-me a atenção. Percebi que o brilho vinha de um local reservado mais para o outro lado do ambiente. Algo imediatamente me antecipou que não deveria seguir em frente, mas naquele dia estava decidido a conhecer os quartos da minha alma. Segui!
Caminhei com dificuldade até o local de onde o brilho me chamava. Como era difícil manter a seqüência de um pé após outro. Com muita resistência meus olhos viram o que se traduzia em um golpe ao coração. Era um punhal, um punhal aos seus olhos. Pois na verdade vi por trás da proteção de cristal reluzente duas alianças.
Não podia acreditar, elas estavam lá, como não havia percebido antes, questione-me. Estava lá, um brilho, um encanto, parecia que nunca tinham sido tocadas por mãos... Eram douradas de um ouro intenso, uma cor vívida, uma cor que parecia jamais perder o brilho. Quase desfaleci. Mas relutante aproximei-me para contemplar a cena. Podia ver o nome gravado naquela que seria a minha aliança contigo, Joy estava gravado com uma delicadeza que não tinha visto em outro lugar. Este era o meu nome para você que se traduzia verdadeiramente como alegria. Havia escolhido este nome muito antes de te conhecer.
Com muita curiosidade, corri os olhos para ver o que você havia pedido para ser gravado em sua aliança, mas não consegui compreender o sentido daqueles signos, eram estranhos à minha compreensão. Fiquei ali por muito tempo, não conseguia pensar ou reagir, somente apreciava aquelas alianças, símbolos tão profundos do intenso amor que nutríamos um pelo outro. Como me fascinou encontrar algo que nos unia, algo que trazia sentido a nós dois, a nossa história. Permaneci calado e imóvel até que meu coração encontrou forças para continuar, para voltar à vida.
Resolvi deixar aquele lugar tão singular do quarto, foi quando ao lado, apenas há alguns passos de distância, deparei-me com um berço. Sim, era um berço, relutei com minhas lembranças para compreender o que um berço fazia naquele lugar. A resposta veio rapidamente quando avistei um nome pequenino no alto da cabeceira, Pedro Murilo - desta vez não me contive, era impossível. As lágrimas vieram de um som gutural que se formou em meu peito e se espalharam em soluços, lágrimas e dor, muita dor. Já não conseguia mais compreender o que estava acontecendo comigo. A única coisa que me mantinha a razão era a lembrança de que eu estava viajando pela minha alma.
Pedro Murilo seria o nome do nosso primeiro filho. Sonhávamos com ele todas as noites. O pequeno quarto dele já estava pronto. Era de um azul lindo, lindo como o dia de primavera. Vi uma estante no alto e lembrei-me que brincava com você dizendo que desde os primeiros dias dele eu faria uma bibliotecazinha com todos aqueles livros coloridos que haviam marcado a nossa infância. Vi também todas as roupinhas que você havia escolhido pra ele, era tudo tão colorido, tão vívido, tão feliz. Sabia que só podia ser você, era uma felicidade que só encontrava em seus olhos. Como amei aquele momento. Um sentimento paterno me incendiou o peito, encontrei seus olhos, nossos dedos se entrelaçaram e contemplamos aquele berço, aquele local tão singelo, mas tão indefeso... Lembro-me que sonhava o narizinho dele tão perfeito como o seu e você insistentemente me dizia que ansiava para que ele pudesse escrever poesia assim como eu escrevia. Queria que ele tivesse os mesmos olhos sinceros que você havia encontrado em mim há tanto tempo.
Chorei! Chorei muito. Chovei de dor, de alegria, de descontrole, de tristeza. Chorei de ausência, de silêncio. Chorei.
III
Percebi que muitas horas se passaram, me recompus e tentei seguir em frente, afinal, aquele lugar de minha alma embora sempre perto, havia me surpreendido grandemente com tantas revelações. Parecia-me tão secreto e protegido durante toda a vida. Surpreendi-me ao descobrir agora que estava aberto, totalmente acessível.
Queria continuar ali, queria desfrutar mais daquele momento tão intenso, tão único, tão meu, tão nosso, mas percebi que um vento começou a surgir no interior do quarto. Chegou como brisa, mas logo se intensificou, empurrava-me para fora. Não sabia o motivo, mas sabia que não me deixaria ali. Abatido que estava e sem forças permiti ser lançado para fora do quarto, logo que cai abandonado no corredor, à porta bateu com toda a força e se trancou com uma intensidade que não sabia existir. Meus ouvidos trincaram ao som daquele impacto.
Fiquei no chão, em silêncio, respirava com dificuldade, estava escuro, uma escuridão diferente das noites que amava. Repentinamente senti aquele cheiro novamente, o cheiro do parque, da brisa de inverno, da tarde calma, o cheiro do silêncio. Tentei recobrar as forças, mas algo havia de estranho, meu corpo não respondia mais aos meus comandos, percebi minhas lembranças começarem a se desvanecer, desesperei-me, o que era aquilo? Não podia acreditar, mas era real, era minha vez, havia chegado.
Eu estava morto. Sim, morto para este mundo, morto para a possibilidade de um dia encontrar nós dois, morto para o tempo de encontrar meu filho, meu Pedro. Morto para me abandonar em seus braços. Morto para todas as lembranças do nosso quarto, daquele quarto.
Pela primeira vez, respirei com alívio. Minha experiência humana havia terminado. Morri.
Milton Arioso - 2010, todos os direitos reservados. Proibida reprodução total ou parcial sem citar a fonte e sem autorização do autor.
18 de fev. de 2010
&_Maria Duplessis
15 de fev. de 2010
&_Zoe Lilly - expressões com arte
27 de jan. de 2010
&_O Menino Travesso que Amava Livros
“Livros crescem de noite”, diz o homem que até há pouco tempo lia mais de cem livros por ano. Se contar só que leu dos 13 até agora, devorou mais de 6 mil livros. Há dois anos, porém, já não consegue ler. Seus olhos estão com máculas que não há como operar. Familiares e amigos lêem para ele, mas Mindlin diz que não é a mesma coisa. Tem saudades de passear os olhos pelas letras enfileiradas, no silêncio populoso da leitura, e de manusear o objeto de papel e tinta, razão à qual atribui sua permanência por 550 anos e seu futuro por outros tantos. Do alto de seus 93 anos, completa: “Nada substitui o livro."
Para ler na íntegra, clique aqui!
26 de jan. de 2010
&_Sair da cama
Sim, é ela mesma.
Um sonho rápido,
Uma noite que termina e não temos
Vontade de sair da cama...
Um sopro intenso que passou;
Um sorriso que logo acaba;
O abraço gostoso que já faz falta antes de acabar.
Apaixone-se rápido por ela.
Ou ela se tornará:
Aquele passarinho que pousou na janela,
Aquela onda que se quebrou.
Aquela infância que nos deixou.
25 de jan. de 2010
&_Arte do Inacabado
Todos os meus poemas são inacabados,
Salvo pouquíssimas exceções que lutei até o fim.
Quanto me questiono, e me cobro a responsabilidade
De terminá-los, alego que num futuro oportuno
Trabalharei um a um novamente.
Mas, rio de mim agora pensando melhor,
Pois afirmo que retornarei a cada texto como se tivesse
Uma eternidade pela frente.
Estranho esse sentimento em nós.
Vivemos com expectativas de seres eternos nessa terra...
Mal atentamos para o fato de que somos como a flor do campo;
Como a nuvem que parece intensa e logo não existe.
Vejo que preciso rever meus textos;
Atentar para o que deixei para depois.
E não percebi que o depois é uma imensidão distante que talvez
Não aconteça.
Mas será que todo poema na verdade não é uma obra inacabada?
O poema é a alma de seu poeta.
Sempre mutante, sempre inconstante, sempre descobrindo.
Passo a acreditar então que de fato, os poemas são inacabados,
Mas, tornam-se inacabados quanto quero compará-los a minha existência;
Porém, poemas não são para isso. Eles nascem para registrar o momento,
O instante, aquele resquício de eternidade que vivemos;
Quando os vemos assim, eles se tornam completos.
Poemas são de fato, como seus poetas;
Seres inacabados.
&_Pedras
Vês?
São assim, simples assim.
Pedras, pedras e pedras.
Não possuem padrão para serem pedras;
Somente, são pedras.
Umas pontudas, outras arredondadas,
Algumas convidativas para se sentar;
Outras, sugerem atenção e distância.
São pedras.
Todas diferentes, porém juntas.
Não exigem que se pareçam umas com as outras;
Também não se opõem ao fato de serem diferentes.
Mas, no seu todo apresenta-nos a beleza.
Uma beleza corriqueira, mas sempre agradável.
São as pedras que afrontam o mar;
Pedras que são moldadas pelo mar.
Parece-me que não se preocupam com suas formas;
É o ato de estarem juntas que dá o sentido de existir.
Tão diferentes; tão disformes, porém;
Juntas são como uma única pedra.
E ai está seu sentido, seu motivo, sua condição de pedra.
Não importa como são em sua individualidade,
Importa sim, que juntas formam um rochedo;
Que durará por anos, que existirá por séculos;
Não seríamos felizes se fôssemos pedras?
15 de jan. de 2010
&_Intenso
Gosto da fragilidade das flores
Elas não mentem.
Se o sol concede sua luz
Elas brilham, se abrem ao frescor do momento.
Mas, se o vento se manifesta
E com intensidade anuncia o seu assombro
Elas se encolhem, se escondem
Para preservar suas pétalas. Afinal
Pétalas são a riqueza de uma flor.
Gosto da sinceridade das flores,
E de sua generosidade também.
Quando o florescer vem;
Não negam seu perfume ao passante solitário,
Se o pequeno beija-flor se aproxima;
É bem vindo em teu seio.
Gosto da simplicidade das flores
Em silêncio germinam.
E no silêncio do alvorecer conquistam seus amantes;
E com um pouco mais de silêncio se tornam majestosas.
Porém, a morte logo vem.
Arrebatadora, forte, ela vem.
O que restará das flores é somente o silêncio,
Não resistem, não hesitam, não ressentem,
Elas simplesmente vão.
Sinto inveja das flores.